Uma história comovente surgiu após a passagem do tornado que devastou o município de Rio Bonito do Iguaçu, na região central do Paraná. Uma foto de casamento da família de José Gieteski, de 83 anos, que morreu durante a tragédia, foi encontrada a cerca de 220 quilômetros de distância, na zona rural de São Mateus do Sul, no sul do estado.
José estava dentro de casa no momento em que o tornado atingiu a propriedade. De acordo com a família, ventos de até 418 km/h arremessaram a residência de madeira a aproximadamente 30 metros de distância, destruindo tudo completamente.
A imagem encontrada é do casamento do filho da vítima, Antônio Gieteski. Segundo ele, a foto ficava guardada em um álbum dentro da casa, que foi totalmente levada pela força do vento.
“O pai estava com a mãe em casa, como de costume. De repente veio o tornado e, em questão de um minuto, um minuto e 20 segundos, foi como se caísse uma bomba na casa deles. A casa foi arremessada uns 30 metros de distância. Nesse impulso, ele foi junto e as madeiras caíram em cima. Não ficou uma tábua no lugar”, relatou Antônio.
Foto atravessou o estado e foi encontrada intacta
Antônio mora na mesma propriedade onde ficava a casa dos pais. A família, formada por produtores rurais, vive a cerca de 8 quilômetros da área urbana de Rio Bonito do Iguaçu. O que mais surpreendeu a todos foi descobrir que a foto atravessou praticamente todo o estado do Paraná.
Segundo ele, quando a imagem foi encontrada em São Mateus do Sul, os donos da propriedade publicaram nas redes sociais tentando identificar os verdadeiros donos. A partir disso, conseguiram localizar a família.
“Um pessoal entrou em contato conosco pelas redes sociais, contando que encontraram essa foto em uma lavoura, na localidade de Lageado. Mesmo com toda a chuva, a foto ficou intacta. Agora eles vão nos enviar de volta. Isso é muito bonito, porque além da casa, perdemos muitos pertences pessoais”, disse.
O tornado destruiu cerca de 90% da área urbana de Rio Bonito do Iguaçu, causando prejuízos materiais imensuráveis e deixando dezenas de famílias desabrigadas.
Família vive luto, feridos e reconstrução
A mãe de Antônio, viúva de José Gieteski, tem 86 anos e também ficou ferida durante a tragédia. Ela sofreu fraturas na clavícula, nas costelas e diversos hematomas. Atualmente, se recupera na casa de uma filha, no município de Laranjeiras do Sul.
Enquanto tentam superar o luto, a família agora vive o difícil processo de reconstrução, buscando recuperar o que restou da propriedade e da própria história.
Para Antônio, a devolução da foto representa um gesto raro de humanidade em meio à dor.
“Nos comovemos muito pela atitude dessas pessoas de nos procurar para devolver a foto. Isso mostra que ainda existem seres humanos que se importam com os outros”, finalizou.
Fonte: G1

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