Uma semana depois da passagem do tornado F-3 que devastou Rio Bonito do Iguaçu, o clima na cidade ainda é de dor, trabalho pesado e reconstrução. O desastre deixou sete mortos — seis no município e um em Guarapuava — além de cerca de 800 feridos. Vinte e seis pessoas seguem internadas, três delas em UTI.
O fenômeno atingiu o município por volta das 18h da última sexta-feira (7), com ventos que ultrapassaram os 300 km/h. Em poucos minutos, bairros inteiros foram destruídos. Casas desabaram, estruturas de concreto foram retorcidas, veículos foram arrastados e a cidade de 14 mil habitantes praticamente virou escombros: 90% dos imóveis foram afetados.
Entre os feridos estão os irmãos Kimberly e Kainã, atingidos por estilhaços de vidro e pedaços de gesso. As marcas no corpo e na memória mostram o terror vivido pela população.
A casa de Célia e José perdeu a cobertura e ficou com as paredes rachadas. Eles contam que ficaram encurralados em um canto da sala quando o tornado atingiu a residência. Já Maria Salete, que estava num sítio no momento da tragédia, voltou para encontrar a casa quase toda vazia — perdeu praticamente todos os móveis.
O Ginásio Municipal Alessandro Bovino, onde seria realizado um evento com cerca de 2 mil pessoas, ficou completamente destruído. Evandro relata que chegou ao local poucos minutos antes do tornado: “Se eu tivesse ficado lá dentro… nem sei”.
Agora, o cenário é de união e força. Materiais de construção chegam de várias partes do estado, voluntários trabalham no centro de triagem em Laranjeiras do Sul e a mão de obra carcerária está sendo usada na reconstrução de prédios públicos e escolas. Dos sete colégios estaduais, cinco foram atingidos — alguns totalmente destruídos. A rede municipal ficará pelo menos 20 dias sem aulas.
Para ajudar a população, o poder público suspendeu temporariamente as cobranças de água e luz, acelerou a liberação de auxílios e intensificou o atendimento social. Estados vizinhos enviam equipes e caminhões de donativos.
Mesmo entre os escombros, o que se vê é solidariedade, resiliência e a tentativa de reerguer uma cidade inteira.

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